Speak of the Devil (Ozzy Osbourne, 1982)
Foi o primeiro disco de rock que ouvi na minha vida. Foi em uma festa na casa de um tio, em 1984. Estava com 13 anos na época e era meio nerd. Ao chegar lá, encontramos uma turma de cabeludos, com roupas pretas, jaquetas de couro e sacudindo as cabeças com uma música pra lá de barulhenta. Foi um estalo.
A primeira coisa que pensei foi que aqueles caras eram doidos, mas aquela música entrava nos meus ouvidos e eu tinha a sensação que nunca mais iria querer ouvir outra coisa, a não ser aquilo. Peguei o disco nas mãos e dei de cara com um sujeito com olhos alucinados e dentes de vampiro, com alguma coisa parecendo sangue na boca. Cara, aquilo era demais. Aos 13 descobri que queria ser metaleiro.
O disco em questão era Speak of the Devil, do Ozzy, lançado em 1982, mas como tudo no Brasil chegava muito atrasado, só em 1984, o pessoal teve acesso. O álbum, gravado ao vivo, foi o primeiro depois da morte do lendário Randy Rhoads. A ideia inicial era fazer um disco só com músicas da carreira solo do Ozzy, mas acabou virando um disco de covers do Sabbath, uma espécie de tributo a Randy.
Logo de cara, Symptom of the Universe é arrebatadora. Snowblind vem em seguida, mas não é das minhas favoritas. Em compensação, a terceira é Black Sabbath, que dispensa comentários ("please God help me"). Fairies Wear Boots é arrebatadora, tendo War Pigs na sequência, outra pérola do Sabbath. The Wizard, N.I.B, Sweet Leaf e Never Say Die, mostram o bom e velho Ozzy em plena forma. A sequência final com Sabbath Bloody Sabbath, Iron Man/Children of the Grave e Paranoid é de tirar o fôlego. Não é à toa que aquilo entrou nas minhas veias como veneno e não saiu mais.
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