sexta-feira, 23 de julho de 2010

O que há de errado com o rock nacional?

Faz muito tempo que não ouço rádios. Desde que me mudei para o Interior,  isso em 2003. Em Sampa costumava escutar a 89, mas ficamos órfãos depois do suicídio da rádio, que já estava respirando por aparelhos há algum tempo. Pela Internet ouço, esporadicamente, a Cidade Web Rock, do Rio. É legal, toca som novo, bandas de todos os gêneros, mas quando toca rock nacional, dá um calafrio.
Não dá para ouvir Fresno, NX Zero, Restart e Cine e dizer queisso é rock. Se bem que, justiça seja feita, na Cidade nunca ouvi Restart e Cine, mas não quer dizer que eles não tocam, não sei. Há algumas bandas que ainda se salvam, mas sempre no cenário independente, que é bom por um lado, por outro, nem tanto. Das bandas comercialmente viáveis, gosto da Pitty. Tem um som sólido, com letras inteligentes e considero uma das poucas coisas boas que surgiram no Brasil desde a virada do século.
O maior problema é a tal "onda emo", que a mídia "especializada" insiste em chamar de "hardcore melódico". Cara, manda esses pseudo-jornalistas falarem comigo que mostro o que é hardcore! A enxurrada de bandas mais do mesmo no cenário nacional (e internacional também, não se iludam) é enorme. A cada dia aparece quatro moleques de roupas coloridas e cabelo alisado com chapinha dizendo que tem influência de Pixies, mas tocando músicas que Zezé Di Camargo não gravaria por ser muito melosa. Essa molecada nem sabe o que é Pixies, pô. Os playboyzinhos vão à galeria do rock com a mamãe, ostentando camisetas do NX Zero e fazendo carinha de rebelde. Meu, o que é isso?
Mas, voltando à música, dá para entender porque bandas velhas sobrevivem ao mercado e continuam na ativa, porque quase nada do que é novo presta. A falta de capacidade desse pessoal em fazer música decente é de doer. Será que o cérebro dessas pessoas não tem um mínimo de inteligência para falar outra coisa e pelo menos fazer uma rima que não seja terminada em "E"?
A verdade é que o rock nacional respira por aparelhos também. Em breve tudo se transformará numa verdadeira salada pop. Pelo que vejo do cenário atual, será difícil filtrar alguma coisa. Já está mais do que na hora das garagens se abrirem de novo e o pessoal voltar a mandar ver de verdade. Não adianta ouvir Dead Kennedys e tocar como Justin Bieber (argh!). Vamos fazer rock, galera! Hey, ho! Let's go!

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